ESPING-ANDERSEN, Gosta. As três economias políticas do welfare state. In: The three worlds of welfare state. Princeton, Princeton University Press, 1990. Tradução de Dinah de Abreu Azevedo.
Segundo Esping-Andersen, o debate sobre o welfare state procura verificar se a extensão da cidadania social diminui a distinção de classe; ou seja, se “o welfare state pode transformar fundamentalmente a sociedade capitalista”; e, quais as forças motivadoras do desenvolvimento do welfare state. (p. 85). A partir dessa problemática, o autor inicia sua discussão sobre o tema apresentando um resumo ideológico da economia clássica. (p. 85 – 90).
Ele
observa que os economistas clássicos preocupavam-se com o relacionamento
capitalismo versus bem-estar social, explicando que “[...] suas análises
convergiram para o relacionamento entre mercado (propriedade) e Estado
(democracia)”.
O
mercado, para os economistas liberais, com base em Adam Smith,“[...] era o meio
superior para a abolição das classes, da desigualdade e do privilégio”. (p. 85
– 86). Por essa razão, os economistas liberais advogavam o mínimo de
intervenção do Estado.
Uns
buscavam apoiar esse posicionamento, dando ênfase no elemento laissez-fare, (ou seja, deixar que as
coisas acontecessem espontaneamente), portanto, a rejeição a “qualquer forma de
proteção social [pelo Estado] além dos vínculos monetários”; outros, advogavam
pequenas doses de regulamentação política. Porém, todos concordavam no “máximo
de mercados livres e o mínimo de interferência estatal”. (p. 86).
Essa
postura radical era fruto de um contexto em que o “Estado preservava
privilégios absolutistas, protecionismo mercantilista e corrupção por toda
parte [...] reprimia tanto seus ideais de liberdade quanto de iniciativa”. (p.
86).
Os
liberais temiam a democracia por acreditarem que ela “Usurparia ou destruiria o
mercado”, bem como ameaçaria o direito de propriedade. Pensadores da escola
histórica alemã, por exemplo, defendiam a “Perpetuação do patriarcado e do
absolutismo como a melhor garantia possível, em termos legais, políticos e
sociais de um capitalismo sem luta de classes”. (p. 87). Acreditavam que “Um
Estado autoritário seria muito superior ao caos dos mercados no sentido de harmonizar
o bem do estado, da comunidade e do indivíduo.” (p. 87). Ainda dentro dessa
concepção, havia os que advogavam um “welfare
state monárquico” (p. 87). “Que garantiria o bem-estar social, harmonia
entre as classes, lealdade e produtividade”. (p. 87).
Por
conta dessas convicções teóricas, a economia
política conservadora “Foi abertamente nacionalista e anti-revolucionária,
e procurou reprimir o impulso democrático [...] e era a favor de uma sociedade
que preservasse tanto a hierarquia quanto as classes [por serem] naturais e
dadas”. (p. 87). Por fim, argumentavam que a diluição da autoridade e dos
limites de classe resultaria em colapso da ordem social. (p. 88).
Do
outro lado, a economia política marxista
entendia que o mercado tinha efeitos atomizantes e não garantia a igualdade,
como defendia os liberais. (p. 88). Nesse sentido, Dobb (1946) ensinava que “A
acumulação de capital despoja o povo da propriedade, [e] o resultado final [seria]
divisões de classe cada vez mais profundas”. (p. 88).
Enquanto
os liberais temiam que a democracia produzisse o socialismo, os socialistas não
lhe davam crédito; contemporaneamente chegaram a comparar as reformas sociais
no contexto de uma ordem capitalista a um dique cheio de vazamentos. (p. 88).
Dizendo de outra forma, consideravam que as reformas sociais da democracia
parlamentar eram contraproducentes, tendiam a deixar brechas, necessidades não
atendidas, enfim, a esvaziar-se, e não resolver o problema das desigualdades
causadas pelo capitalismo.
O modelo social-democrata
A
social-democracia introduziu a política social (welfare state) nos moldes do reformismo da
democracia parlamentar ,
com base nos argumentos de que:
1) “Os trabalhadores precisam de recursos sociais, saúde e educação para participar efetivamente como cidadãos socialistas; e,
2) “A política social não é só emancipadora, é também uma pré-condição da eficiência econômica” (MYRDAL E MYRDAL, 1936 apud ESPING-ANDERSEN, 1990, p. 89).
1) “Os trabalhadores precisam de recursos sociais, saúde e educação para participar efetivamente como cidadãos socialistas; e,
2) “A política social não é só emancipadora, é também uma pré-condição da eficiência econômica” (MYRDAL E MYRDAL, 1936 apud ESPING-ANDERSEN, 1990, p. 89).
Acreditava,
ainda, que essa política “[...] resultaria também em mobilização de poder. Ao
erradicar a pobreza, o desemprego e a dependência completa do salário, o welfare state aumenta as capacidades políticas
e reduz as divisões sociais que são as barreiras para a unidade política dos
trabalhadores.” (p. 89 - 90).
Essa
política altera o equilíbrio de poder de classe ao permitir que os trabalhadores
desfrutem direitos sociais, considerando que “O salário social reduz a
dependência do trabalhador em relação ao mercado e aos empregadores, e assim se
transforma numa fonte potencial de poder.” (p. 89). Esse processo reforça a tese
de que “[...] em última instância, a igualdade fundamental requer a
socialização econômica.” (p. 89).
Com
base em Marx, “o valor estratégico das políticas de bem-estar neste
argumento é o de que elas ajudam a
promover o progresso das forças produtivas no capitalismo”. ( p. 89).
Esping-Andersen
concluiu que “O modelo social-democrata é, então, o pai de uma das principais
hipóteses do debate contemporâneo sobre o welfare
state: a mobilização de classe no sistema parlamentar é um meio para a
realização dos ideais socialistas de igualdade, justiça, liberdade e
solidariedade”. (p. 90).
A abordagem de sistemas/ estruturalista
Esping-Andersen ensina que “A teoria de sistemas/estruturalista procura apreender holisticamente a lógica do desenvolvimento [do welfare state]” (p. 91). Por essa razão, atribui esse desenvolvimento à conjuntura estrutural do contexto em que está inserido. Quando estabelece comparações entre as nações, enfatiza “[...] mais as similaridades que as diferenças” em seus aspectos de industrialização ou capitalismo, passando ao largo das “variações culturais ou diferenças nas relações de poder”. (p. 91)
Esping-Andersen ensina que “A teoria de sistemas/estruturalista procura apreender holisticamente a lógica do desenvolvimento [do welfare state]” (p. 91). Por essa razão, atribui esse desenvolvimento à conjuntura estrutural do contexto em que está inserido. Quando estabelece comparações entre as nações, enfatiza “[...] mais as similaridades que as diferenças” em seus aspectos de industrialização ou capitalismo, passando ao largo das “variações culturais ou diferenças nas relações de poder”. (p. 91)
Essa
abordagem vê o desenvolvimento do welfare
state como resultado do sistema, e em suas leis de movimento. Em outras
palavras, “[...] as forças ligadas à modernização, como a mobilidade social, a
urbanização, o individualismo e a dependência do mercado”. (p. 91) afetam as
instituições que tradicionalmente supriam esse aspecto social, como a família,
a igreja, e a solidariedade corporativa, resultando na necessidade lógica de
uma política social para suprir a lacuna causada pela desestruturação dessas instituições.
Por
outro lado, o welfare state também é
possível devido ao “[...] surgimento da burocracia moderna como forma de
organização racional, universalista e eficiente”. Esse raciocínio se constitui
na lógica do industrialismo. Essa lógica
consiste em que “o welfare state emerge à medida que a
economia industrial moderna destrói as instituições sociais tradicionais”.
(FLORA e ALBER, 1981 apud ESPING-ANDERSEN, 1990, p. 91). Porém, essa tese é contestada, visto que “a política
social governamental só emergiu 50 e às vezes 100 anos depois de a comunidade
tradicional ter sido efetivamente destruída”. (p. 91).
A “Lei
de Wagner” (1962) adverte que “É necessário um certo nível de desenvolvimento
econômico e, portanto, de excedente, para se poder desviar recursos escassos do
uso produtivo (investimento) para a previdência social (wilensky e Lebeaux,
1958). Nessa linha de raciocínio, os liberais antigos entendiam que:
“Redistribuição social coloca a eficiência em perigo e só a partir de um certo
nível de desenvolvimento é possível evitar um resultado econômico negativo” (OKUN,
1975 apud ESPING-ANDERSEN, 1990, p. 92).
Para
O’Connor (1973 Apud ESPING-ANDERSEN, 1990, p. 92) “O novo estruturalismo
marxista é similar, visto que considera “o welfare state[...] um produto
inevitável do modo de produção capitalista. A acumulação de capital cria
contradições que forçam a reforma social”.
A abordagem institucional
Esping-Andersen (1990, p. 93) nos ensina que “A
abordagem institucional insiste que todo esforço para isolar a economia das
instituições sociais e políticas destruirá a sociedade humana. Para sobreviver,
a economia tem de incrustar-se nas comunidades sociais. Desse modo, Polanyi vê
a política social como pré-condição necessária para a reintegração da economia
social.”
Essa
abordagem é considerada institucional porque “A discussão coloca-se tipicamente
sem referência a qualquer classe ou agente social em particular.” (p. 93).
Apóia-se
na tese de que, “[...] quanto mais se ampliem direitos democráticos, maior a
probabilidade de se desenvolverem os welfare
states [...]”. (p. 94). No entanto, essa tese é questionada pelo fato de
que, “as primeiras iniciativas importantes no sentido de um welfare state ocorreram antes da
democracia e foram poderosamente motivadas pelo desejo de impedir sua
realização.” (p. 94) E, ainda, que “o desenvolvimento do welfare state retardou-se mais onde a democracia começou cedo, como
nos Estados Unidos, Austrália e Suíça.” (p. 94).
“Em
sua formulação clássica, a tese afirmava simplesmente que as maiorias
favoreceriam a distribuição social para compensar a fraqueza ou os riscos do
mercado.” (p. 93).
A classe enquanto agente político
Esping-Andersen (1990, p. 94, grifo nosso) resgata o que foi afirmado anteriormente neste texto, lembrando que “[...] o argumento em favor da tese da mobilização de classe deriva da economia
política social-democrata. [e] Distingue-se da análise estruturalista e da
abordagem institucional por sua ênfase nas classes sociais como os principais
agentes de mudança e por sua afirmação de que o equilíbrio do poder das classes
determina a distribuição de renda.”
E ainda: “A
teoria da mobilização de classe supõe que os welfare states fazem mais do que simplesmente aliviar os males
correntes do sistema: um welfare state
‘social-democrata’ vai estabelecer por si mesmo as fontes de poder cruciais
para os assalariados e assim fortalecer os movimentos de trabalhadores.” (p.
95). Sendo assim, “Os direitos sociais podem fazer as fronteiras do poder capitalista
retrocederem.” (p. 95). No entanto, “Saber
se o welfare state é em si uma fonte
de poder é vital para a aplicabilidade da teoria.”
Nesse sentido, ele argumenta que: “Os
direitos sociais, seguro-desemprego, igualdade e erradicação da pobreza que um
welfare state universalista busca são pré-requisitos necessários para a força e
unidade exigidas para a mobilização coletiva de poder.” (ESPING-ANDERSEN, 1985a
Apud ESPING-ANDERSEN, 1990, p. 95).
Objeções
à tese da mobilização de classe:
1)
“O lócus onde se situa o poder e onde
se toma decisões pode mudar do parlamento para instituições neo-corporativistas
de mediação dos interesses.” (SCHONFIELD, 1965 Apud ESPING-ANDERSEN, 1990, p.
95);
2)
“A capacidade dos partidos trabalhistas influenciarem o desenvolvimento do welfare state é limitada pela estrutura
do poder partidário da direita.”;
3)
Baseia-se em uma "visão linear do poder” - explicando: “[...] aumento quantitativo de votos,
sindicalização ou cadeiras parlamentares[...]”. Pois “Foram muito poucos os
casos em que a classe trabalhadora tradicional constituiu-se numericamente em
maioria; e seu papel está-se tornando marginal com grande velocidade.” (p. 96).
Por essa razão, ele conclui que deve-se “pensar em termos de relações sociais,
e não apenas em categorias sociais.” (p. 97).
Do exposto, Esping-Andersen (1990, p. 96) argumenta: “[...] supor que o socialismo seja a base
natural para a mobilização dos assalariados” se constitui uma falácia básica da
teoria quanto à formação da classe, pois, “Historicamente, as bases
organizativas naturais da mobilização dos trabalhadores foram as comunidades
pré-capitalistas, as corporações em particular; mas também a Igreja, a etnia ou
a língua contam.”
O que é o welfare state?
Esping-Andersen não se satisfaz com uma definição comum de welfare state apresentada nos manuais, que circunscreve a responsabilidade estatal à garantia do "bem-estar básico dos
cidadãos.” Apesar de ser verdadeiro, esse conceito simplifica sua complexidade. Por essa razão, ele levanta alguns questionamentos sobre o welfare state (p. 98), a saber:
1) As políticas sociais são emancipadoras ou não?
2)
Ajudam a legitimação do sistema ou não?
3)
Contradizem ou ajudam o mercado?
4) O que significa básico? Ele entende que se deve exigir mais de um welfare state
do que apenas a satisfação de nossas necessidades básicas.
Estudos
tendem a explicar o welfare state a
partir do critério dos gastos. Esse critério, no entanto, é enganoso, por, pelo menos, três razões: 1) há países
cujos gastos são altos, porém grande parte dos benefícios é destinada a
funcionários públicos privilegiados; 2) há nações que "gastam desproporcionalmente com
assistência social aos pobres”; 3) Existem ainda nações que “[...] gastam
somas enormes em benefícios fiscais sob a forma de privilégios tributários a
planos privados de previdência que favorecem principalmente as classes médias.”
(p. 99).
Por
outro lado, surpreendentemente, Esping-Andersen observa que “Gastos baixos em certos programas podem
indicar um welfare state comprometido mais seriamente com o pleno emprego.” (p.
99).
Daí
Esping-Andersen levanta o seguinte questionamento: “Que critérios usar para
sabermos se – e quando – um Estado é um welfare state?” (p. 100)
Ele
apresenta três critérios sugeridos por alguns teóricos, a saber:
1)
Em um welfare state “[...] a maioria
de suas atividades rotineiras diárias
devem estar voltadas para as necessidades de bem-estar de famílias” (THERBORN,
1983 apud ESPING-ANDERSEN, 1990, p. 100). Esse critério é falho, pois países
que podem ser classificados como welfare state têm suas atividades rotineiras
voltadas para a defesa, a lei, a ordem, a administração e coisas do gênero.
(THERBORN, 1983 Apud ESPING-ANDERSEN, 1990, p. 100).
2)
No welfare state residual, “O Estado assume a responsabilidade quando a família
ou o mercado são insuficientes; procura limitar sua prática a grupos sociais
marginais e merecedores; No welfare state institucional, o alvo é “[...] toda a
população, é universalista, e personifica um compromisso institucionalizado com
o bem-estar social. Em princípio, procura estender os benefícios sociais a
todas as áreas de distribuição vital para o bem-estar societário.” (RICHARD
TITIMUSS, 1958 apud ESPING-ANDERSEN, 1990, p. 100);
3)
Criação de um modelo abstrato para servir como padrão de comparação. Porém,
Esping-Andersen observa que esse critério não daria conta do aspecto histórico
do desenvolvimento do welfare state.
Proposta de reconceituação do welfare state (p. 101) - Um
conceito de welfare state deve envolver três princípios:
1) Cidadania social como ideia fundamental;
2) Garantia legal de direitos sociais e de sua inviolabilidade;
3) As formas de entrelaçamento das atividades estatais “com o papel do mercado e
da família em termos de provisão social”.
Direito e desmercadorização
Outro critério também usado para verificar a (in)eficácia do welfare state é a (des)mercadorização.
A mercadorização das pessoas acontece quando elas têm que vender sua força de trabalho. A desmercadorização acontece quando elas se tornam cada vez mais independentes do empregador e detêm poder de barganha.
Uma das formas de se chegar a esse estágio é através de uma política social que ofereça previdência e assistência sociais capazes de emanciparem os indivíduos do mercado. Em outras palavras, que esse serviço seja prestado “como uma questão de direito [e] a pessoa pode manter-se sem depender do mercado”.
Nesse sentido, a “introdução dos direitos sociais modernos [...] implica um afrouxamento do status de pura mercadoria [da força de trabalho]”. (p. 101). Do contrário, “[...] quando os benefícios são poucos e associados a estigma social, o sistema de ajuda força todos, a não ser os mais desesperados, a participarem do mercado. (OGUS, 1979 apud ESPING-ANDERSEN, 1990, p. 102).
O quadro a seguir apresenta uma visão geral do que foi discutido até agora.
Quadro 1 - Comparativo dos três regimes de welfare state discutidos
A mercadorização das pessoas acontece quando elas têm que vender sua força de trabalho. A desmercadorização acontece quando elas se tornam cada vez mais independentes do empregador e detêm poder de barganha.
Uma das formas de se chegar a esse estágio é através de uma política social que ofereça previdência e assistência sociais capazes de emanciparem os indivíduos do mercado. Em outras palavras, que esse serviço seja prestado “como uma questão de direito [e] a pessoa pode manter-se sem depender do mercado”.
Nesse sentido, a “introdução dos direitos sociais modernos [...] implica um afrouxamento do status de pura mercadoria [da força de trabalho]”. (p. 101). Do contrário, “[...] quando os benefícios são poucos e associados a estigma social, o sistema de ajuda força todos, a não ser os mais desesperados, a participarem do mercado. (OGUS, 1979 apud ESPING-ANDERSEN, 1990, p. 102).
O quadro a seguir apresenta uma visão geral do que foi discutido até agora.
Quadro 1 - Comparativo dos três regimes de welfare state discutidos
Critério/modelo
|
LIBERAL
|
CONSERVADOR
|
SOCIAL-DEMOCRATA
|
Características
|
Corporativismo estatal;
preservação das diferenças de status;
|
Compromisso com o bem-estar do
cidadão.
|
|
Qualidade dos benefícios
|
Planos modestos de previdência
social
|
Serviços de baixa qualidade;
|
Serviços e benefícios com
níveis compatíveis com as expectativas da classe média
|
Público alvo
|
Cidadãos comprovadamente pobres;
classe trabalhadora; dependentes do Estado;
|
Família tradicional
Direitos ligados à classe e ao status.
|
Toda a sociedade (universalização dos direitos)
|
Capacidade de
Desmercadorização
|
Baixa
|
Média
|
Alta
|
Universalização
|
Limitada
|
Limitada
|
Ilimitada
|
Consequências
|
Estigmatização os beneficiados;
Procura por planos privados;
A Reforma social é limitada;
Padrões mínimos de serviço;
|
Acesso de trabalhadores braçais
a direitos idênticos ao dos empregados White-collar;
Alto custo e sobrecarga de
serviço social para o Estado;
|
|
Condições
|
Só interfere quando a família
não mais der conta das demandas de seus membros;
|
Demanda edificação de coalizões
políticas;
Alta carga tributária para dar
conta dos altos custos;
Pleno emprego;
|
|
Influência do Setor
Privado
|
“Fortalecimento do mercado, uma
vez que todos, menos os que fracassaram no mercado, serão encorajados a
servir-se dos benefícios do setor privado”. (p. 103)
|
Papel secundário
|
“Este modelo exclui o mercado”’
|
Exemplos
|
Estados Unidos, Canadá e
Austrália.
|
Áustria, França, Alemanha e
Itália
|
Alemanha, Suécia, Holanda,
Austrália, França, Grã-Bretanha, Nova Zelândia, Bélgica e países
escandinavos.
|
Fonte: Quadro
elaborado com base em Esping-Andersen (1990).
Esse
quadro ainda está em construção, mas já é possível perceber que o welfare state, cuja idealização,
sobretudo no regime social-democrata, visava à diminuição do distanciamento
entre classes, acaba por criar estratificações.
Do
exposto é possível dizer, em resposta às perguntas que iniciam essa discussão
de Esping-Andersen, que a extensão da cidadania social [através do welfare
state] não diminui a distinção de classe. Ou seja, o welfare state, apesar dos ganhos evidentes para a sociedade,
sobretudo em termos de direitos sociais, não consegue transformar
fundamentalmente a sociedade capitalista.
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