LOPES,
Rosana Pereira[1].
Um novo professor: novas funções e novas metáforas. In: ASSMAN, Hugo (Org.);
LOPES, Rosana Pereira; et all. Redes digitais e metamorfose do aprender.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.
Fichamento
A
autora parte do questionamento: “[...] diante da emergência de tantas formas de
se pensar tecnologias e educação, não seria necessário refletirmos sobre um
novo professor? (p. 33). Passa, então, a apresentar uma comparação metafórica
do professor como interface e link.
Pressupostos:
—
Necessidade de reestruturação das formas de conhecer, aprender e criar, do
processo educativo.
—
As novas tecnologias possibilitam “novas interações entre agentes humanos e
técnicos e fazem emergir novas formas de aprender fundamentadas muito mais nos
sentidos, sentimentos e emoções.” (p. 34);
—
“As tecnologias podem potencializar o processo educativo, tornando-o mais
interessante e dinâmico.” (p. 35)
—
“As tecnologias digitais requerem um espaço educacional no qual sejam
estabelecidas redes de relações que proporcionem múltiplas possibilidades de
interação, tornando impossível a previsão dos resultados que poderão ser
obtidos.”
—
“Reconhecer homem e técnicas como parceiros indissociáveis e essenciais um o
outro.” (p. 38)
—
“Somos parte integrante do todo e o todo é também parte integrante de nós.” (p.
38)
—
“Construção de um processo educativo alicerçado na interatividade e na
criatividade.” (p. 39)
—
“Há um novo paradigma sendo construído que exige uma nova forma de ensinar.”
(p. 40)
—
“O processo de aprendizagem é integrado, amplo, multidimensional, e portanto
muito mais rico que a modernidade supôs.” (p. 43)
—
“A aprendizagem emerge em uma teia de interações complexas e dinâmicas em que
permeia a afetividade, a cultura, as crenças, as ideologias e os
valores.” (p. 51)
Aspectos negativos
—
subutilização das tecnologias;
—
“[...] superficialidade na análise das informações, a falta de privacidade,
entre outros.”
—
“[...] as inovações trazidas pela informática podem não encontrar nenhum apoio
ou sustentação teórica nas correntes pedagógicas [...]”. (p. 36)
Competências demandadas dos docentes
—
Capacidade de elaborar “[...] uma nova abordagem teórica, centrada na
valorização do conhecimento que signifique ‘aprender a buscar o saber’. (p. 34)
—
Capacidade de “pensar em um novo ambiente escolar, em novas formas de ensinar e
aprender em que as tecnologias não sejam subutilizadas.” (p. 35)
—
Consciência de que não tem a palavra final, pois os conhecimentos que detêm
estão em constante desconstrução. (p. 39)
—
"Maestria de provocar discussões, dúvidas e acenar a possibilidade da
existência de vários caminhos a serem percorridos.” (p. 39)
—
Promoção da autonomia do aprendente através de processos integrados e dinâmicos
que recrutem suas várias dimensões humanas. (p. 43)
—
Disposição para agir como “interface fácil e imperceptível [pois] sua
eficiência e qualidade estão vinculadas à simplicidade, facilitadora e
potencializadora da interação.” (p. 40) Dessa forma, facilitará o
“estabelecimento de suas mediações entre o aluno e as informações, [...] pois
dá a direção, indica os caminhos, facilita a construção e a aquisição dos
conhecimentos de uma forma simples e clara.” (p. 41)
—
Atuar como interface significa - “Reconhecer que o processo de
aprendizagem é um espaço aberto, constituído por conhecimentos que emergem de
entrelaçamento de ações de exploração, investigação e construção de forma
coletiva ou individual.” (p. 44)
—
Atuar como link significa - Ser um “Organizador de ambientes de
aprendizagem com o maior número possível de aberturas para que o aluno trilhe o
caminho do aprender.” (p. 45)
—
“Auxiliar o aluno a organizar as informações, desenvolver análise crítica,
reflexão criativa, entre outras, e contar sempre com o inesperado.” (p. 45);
—
“Reconhecer-se como um eterno aprendiz do conhecimento e das formas de aprender
a conhecer.” (p. 45). Ser ele próprio um aprendiz e pesquisador.
—
Desenvolver a “habilidade de apresentar múltiplos caminhos de construção
do conhecimento e, ao mesmo tempo, o reconhecimento do saber como algo
incompleto, multifacetado, sem um ponto final.” (p. 47)
—
Reconhecer “o educando um ser social interdependente do meio em que vive, onde
tudo é relativo, incerto e complementar. Não havendo, portanto, separação entre
viver e aprender.” (p. 49)
—
“Saber trocar saberes, habilidades para construir e reconstruir com seus alunos
conhecimentos significativos, para reconhecer o erro como fator de construção e
saber lidar com as incertezas, as transitoriedades, os problemas.” (p. 49).
—
“[...] criar e/ou oferecer ambientes de aprendizagem coletiva que apresentem o
maior número possível de possibilidades para o aluno escolher seu caminho,
configurar suas trilhas e reconhecer-se como alguém inteligente e capaz.” (p.
50)
—
“[...] comprometimento com uma aprendizagem prazerosa.” (p. 52).
— “Produzir uma aprendizagem saborosa,
prazerosa, alegre, exige também alegria e prazer da parte de quem ensina. É bom
lembrar que vida e aprendizagem estão entrelaçadas, e viver plenamente requer
prazer e alegria.” (p. 54)
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