quinta-feira, 16 de maio de 2013

Metáfora para a aprendizagem organizacional


Em seu artigo As organizações como cérebros, Godinho (2002) expressa sua preocupação quanto à função do gestor em um contexto marcado por “novas formas de administrar”, “novas percepções do ambiente organizacional” e “ novas parcerias entre dirigentes e colaboradores”.

O autor apropria-se de uma das metáforas utilizadas no livro “Imagens da organização” de Gareth Morgan, a saber: ‘A organização como Cérebro”, associando-a a “processamento de informações”, “aprendizagem” e “inteligência”.

Essa metáfora também é subdividida em duas outras, a saber: O cérebro como computador, e o cérebro como sistema holográfico.

O cérebro como computador

Ao comparar o cérebro ao computador, o autor destaca o fenômeno das mudanças rápidas na sociedade (mundo), da globalização, da competitividade entre as empresas, e a produção e disseminação do conhecimento (em um fluxo constante de ensino e aprendizagem), como estratégia central para a sobrevivência da organização. Essa percepção está em sintonia com o discurso do paradigma das organizações aprendentes.

Valendo-se do foco da ciência cibernética: o estudo da informação, da comunicação e do controle, ele afirma que é a “capacidade de auto-questionamento, que permite ao sistema aprender a aprender”, donde se pode destacar dois conceitos-chave: auto-questionamento e aprender a aprender.

Nesse sentido, a aprendizagem nas organizações deve acontecer, sem imposições, abrindo-se espaço para a criatividade, e aceitando os erros como um processo natural em direção à aprendizagem.

O cérebro como sistema holográfico

Mais uma vez a metáfora revela um ponto de intercessão com o paradigma das organizações aprendentes, ou seja, considerando que a palavra holograma vem de dois vocábulos gregos, a saber holo: que significa “todo”, e grama: que significa “ mensagem”.

Essa ideia nos remete a uma das disciplinas das organizações aprendentes, que é o pensamento sistêmico, ou seja, a visão não apenas das partes individualmente, mas das interações dessas partes na formação do todo.

Por essa razão, segundo Godinho, a organização deve criar condições para que os empregados tenham visão da organização como um todo e dos processos e suas etapas na produção de serviços e produtos. Permitindo-lhes e oportunizando-lhes o desenvolvimento de diferentes competências que serão úteis à organização, sobretudo as “habilidades para encontrar soluções para problemas complexos”.

Esses são os aspectos positivos da metáfora, contudo existem aspectos negativos, destacando-se o seguinte:

Dificuldades de adaptação dos gerentes [por receio de diminuição de poder, diante da autonomia crescente dos empregados]. Em outras palavras “Este processo envolve uma mudança de valores e atitudes e poderá demorar bastante tempo a ser consolidado, devido ao comportamento pré-existente, que é contrário à flexibilidade requerida”. (GODINHO, 2002).

Na Perspectiva da teoria das organizações que aprendem, esses obstáculos correspondem aos “modelos mentais” e à “cultura organizacional", discutidos por Peter Senge no livro "A Quinta Disciplina".


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Um abraço fraterno.  


CRÉDITOS

1 Imagem do cérebro como computador baixada  deste site
2 Imagem do cérebro como sistema holográfico baixada deste site

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