terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Inteligências Múltiplas



Tradicionalmente, o conceito de inteligência humana tem sido circunscrito às habilidades lingüísticas e lógico-matemáticas, consagradas pelo amplamente utilizado teste de QI.

Essa concepção ainda persiste em nossos dias, basta levar em conta exames importantes em nível internacional, em que para avaliar o nível da educação dos alunos de diferentes países, são aplicadas provas de interpretação de textos e de matemática. 

Ela também está arraigada no subconsciente das pessoas: quantas vezes  ouvimos alguém considerar-se “burro” porque não é bom em matemática, ou porque não consegue criar textos.

Pessoalmente, tive que por diversas vezes combater essa concepção já formada na cabeça de minha filha caçula, que, encontrando dificuldades em resolver problemas de matemática, repetia angustiada: “eu sou burra mesmo!”. Procurei convencê-la de que não era burra, pois apesar de não ter facilidades em disciplinas “exatas”, era ótima com textos, portanto, inteligente!


Apesar de ser criticada por não apresentar bases científicas, a teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner traz uma abordagem bastante inovadora para o conceito de inteligência e, portanto, para o processo de ensino-aprendizagem. 

É uma teoria fascinante, pois alarga consideravelmente o conceito de inteligência. A partir dessa perspectiva, uma pessoa pode não ter as competências matemáticas e lingüísticas  que tradicionalmente caracterizam alguém inteligente, mas ser um exímio músico! Um exímio atleta! E ser considerada extremamente inteligente para aquele tipo de atividade.

Segundo Gardner, todos temos, em certa medida, as 7(sete) inteligências: linguística, lógico-matemática, espacial, musical, corporal-cinestésica, interpessoal, intrapessoal, por ele elencadas.

Essa lista, no entanto, está em aberto, pois já se considera a existência das "inteligência naturalística" e "inteligência espiritual". Tanto essas, quanto as outras sete, têm a possibilidade de serem potencializadas após devidamente trabalhadas. Todavia, cada pessoa se destaca em tipos de inteligências diferentes, e às vezes em mais de um tipo.

Para o educador, esse conhecimento é crucial, pois essas inteligências tendem a influenciar, e até mesmo a determinar como cada pessoa aprende. E aqui está um princípio já consagrado no meio educacional: as pessoais aprendem de formas e em ritmos diferentes umas das outras. 

Esse conhecimento capacita o professor/educador a ter mais paciência em sala de aula, e a interagir mais com seus alunos. Essa competência discente é potencializada quando, partindo de um diagnóstico da turma, ele traça o perfil dos aprendentes para os quais deverá preparar suas aulas, e usar métodos e técnicas que as tornem mais significativas e eficazes.

Por outro lado, o professor pode se sentir impotente diante do desafio de preparar aulas que atendam a turmas com uma diversidade de “inteligências” muito grande.

Na prática, é impossível atender às demandas individuais. A solução mais viável diante desse desafio é a diversificação dos recursos e abordagens pedagógicas.

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