quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Gestão militar versus gestão contemporânea

"A antiga realidade do gerenciamento sempre se primou pelo medo, intimidação e poder sobre as pessoas para atingir as metas. Se as coisas não andavam de acordo com o plano de gestão, então o gerente ordenava a saída para o problema: 'não me importa o que você vai fazer para resolver isso - apenas resolva. Agora!'" (NELSON; ECONOMY, 2010, p. 15). 

Essa observação me fez lembrar do bordão militar que diz: "missão dada é missão cumprida!", com todas as suas implicações, ou seja, está implícito que se o subordinado não cumprir a missão estará passível de ser punido; além do mais, aquele que deu a ordem não quer saber como ela será obedecida, o que nos faz lembrar outro jargão militar: "dá teu jeito guerreiro!".

Quando os autores falam de uma "antiga realidade de gerenciamento" e a caracterizam como uma relação de poder onde o medo é uma das "armas" para fazer o subordinado realizar alguma coisa, ele está ao mesmo tempo dizendo que hoje em dia existe uma realidade de gerenciamento que se contrapõe a essa; ou seja, um tipo de gerenciamento capaz de levar as pessoas a fazerem as coisas com prazer e iniciativa própria sem a necessidade de um monitoramento "sufocante".

Segundo os mesmos autores, os novos gerentes estão se conscientizando que "[...] eles não podem comandar o melhor trabalho de seus funcionários - eles têm que criar um ambiente que fomente o desejo dos funcionários em fazer o seu melhor trabalho. Em resumo, a nova realidade é a parceria de gerentes e colaboradores no local de trabalho". (p. 16)

Por outro lado, percebe-se que muitas empresas têm adotado um modelo de gerenciamento que lembra a hierarquia militar. Seria esse um "retrocesso",  influenciado pelo "ranço", uma herança de anos sob o regime militar, ou um reconhecimento da eficácia desse modelo.

Do exposto, emergem alguns questionamentos: Será que o modelo  hierarquizado das polícias militares, aos moldes do exército está identificado nessa visão dos autores sobre a "antiga realidade"? Será que a "força" do nosso comando está embasada no medo, intimidação e poder?

Como em nosso modelo seria possível a adoção da nova filosofia gerencial de "parceria entre gerentes e colaboradores"? Será necessária uma estrutura militarizada para realizar a atividade que realizamos? 

Referências
NELSON, Bob; ECONOMY, Peter. Gerenciamento para leigos. ed. 2. Rio de Janeiro: Alta Books, 2010. Título original: Managing for Dummies, 2003. Tradução: Cynthia Caliope.

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