sexta-feira, 26 de julho de 2013

O novo professor na era das redes digitais

LOPES, Rosana Pereira[1].  Um novo professor: novas funções e novas metáforas. In: ASSMAN, Hugo (Org.); LOPES, Rosana Pereira; et all. Redes digitais e metamorfose do aprender. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. 

Fichamento

A autora parte do questionamento: “[...] diante da emergência de tantas formas de se pensar tecnologias e educação, não seria necessário refletirmos sobre um novo professor? (p. 33). Passa, então, a apresentar uma comparação metafórica do professor como interface e link.
 
Pressupostos:

— Necessidade de reestruturação das formas de conhecer, aprender e criar, do processo educativo.
— As novas tecnologias possibilitam “novas interações entre agentes humanos e técnicos e fazem emergir novas formas de aprender fundamentadas muito mais nos sentidos, sentimentos e emoções.” (p. 34);
— “As tecnologias podem potencializar o processo educativo, tornando-o mais interessante e dinâmico.” (p. 35)
— “As tecnologias digitais requerem um espaço educacional no qual sejam estabelecidas redes de relações que proporcionem múltiplas possibilidades de interação, tornando impossível a previsão dos resultados que poderão ser obtidos.”
— “Reconhecer homem e técnicas como parceiros indissociáveis e essenciais um o outro.” (p. 38)
— “Somos parte integrante do todo e o todo é também parte integrante de nós.” (p. 38)
— “Construção de um processo educativo alicerçado na interatividade e na criatividade.” (p. 39)
—  “Há um novo paradigma sendo construído que exige uma nova forma de ensinar.” (p. 40)
— “O processo de aprendizagem é integrado, amplo, multidimensional, e portanto muito mais rico que a modernidade supôs.” (p. 43)
— “A aprendizagem emerge em uma teia de interações complexas e dinâmicas em que permeia  a afetividade, a cultura, as crenças, as ideologias e os valores.” (p. 51)

Aspectos negativos

—  subutilização das tecnologias;
— “[...] superficialidade na análise das informações, a falta de privacidade, entre outros.”
— “[...] as inovações trazidas pela informática podem não encontrar nenhum apoio ou sustentação teórica nas correntes pedagógicas [...]”. (p. 36)

Competências demandadas dos docentes
 
— Capacidade de elaborar “[...] uma nova abordagem teórica, centrada na valorização do conhecimento que signifique ‘aprender a buscar o saber’. (p. 34)
—  Capacidade de “pensar em um novo ambiente escolar, em novas formas de ensinar e aprender em que as tecnologias não sejam subutilizadas.” (p. 35)
— Consciência de que não tem a palavra final, pois os conhecimentos que detêm estão em constante desconstrução. (p. 39)
— "Maestria de provocar discussões, dúvidas e acenar a possibilidade da existência de vários caminhos a serem percorridos.” (p. 39)
— Promoção da autonomia do aprendente através de processos integrados e dinâmicos que recrutem suas várias dimensões humanas. (p. 43)
— Disposição para agir como “interface fácil e imperceptível [pois] sua eficiência e qualidade estão vinculadas à simplicidade, facilitadora e potencializadora da interação.” (p. 40) Dessa forma, facilitará o “estabelecimento de suas mediações entre o aluno e as informações, [...] pois dá a direção, indica os caminhos, facilita a construção e a aquisição dos conhecimentos de uma forma simples e clara.” (p. 41)
— Atuar como interface significa - “Reconhecer que o processo de aprendizagem é um espaço aberto, constituído por conhecimentos que emergem de entrelaçamento de ações de exploração, investigação e construção de forma coletiva ou individual.” (p. 44)
— Atuar como link significa - Ser um “Organizador de ambientes de aprendizagem com o maior número possível de aberturas para que o aluno trilhe o caminho do aprender.” (p. 45)
— “Auxiliar o aluno a organizar as informações, desenvolver análise crítica, reflexão criativa, entre outras, e contar sempre com o inesperado.” (p. 45);
— “Reconhecer-se como um eterno aprendiz do conhecimento e das formas de aprender a conhecer.” (p. 45). Ser ele próprio um aprendiz e pesquisador.
—  Desenvolver a “habilidade de apresentar múltiplos caminhos de construção do conhecimento e, ao mesmo tempo, o reconhecimento do saber como algo incompleto, multifacetado, sem um ponto final.” (p. 47)
— Reconhecer “o educando um ser social interdependente do meio em que vive, onde tudo é relativo, incerto e complementar. Não havendo, portanto, separação entre viver e aprender.” (p. 49)
— “Saber trocar saberes, habilidades para construir e reconstruir com seus alunos conhecimentos significativos, para reconhecer o erro como fator de construção e saber lidar com as incertezas, as transitoriedades, os problemas.” (p. 49).
— “[...] criar e/ou oferecer ambientes de aprendizagem coletiva que apresentem o maior número possível de possibilidades para o aluno escolher seu caminho, configurar suas trilhas e reconhecer-se como alguém inteligente e capaz.” (p. 50)
—  “[...] comprometimento com uma aprendizagem prazerosa.” (p. 52). 
— “Produzir uma aprendizagem saborosa, prazerosa, alegre, exige também alegria e prazer da parte de quem ensina. É bom lembrar que vida e aprendizagem estão entrelaçadas, e viver plenamente requer prazer e alegria.” (p. 54)


[1] Mestre em Educação

Nenhum comentário:

Postar um comentário